Dia 14 - COB

Pela manhã antes de sairmos em direção ao rio dos Couros, descobrimos que teríamos a companhia da Ana Rosa e de seu marido Enzo. Enquanto nós usaríamos a D-20, que apelidamos de Bagual, os dois usariam uma Ipanema.
Para chegar ao destino é necessário passar por uma longa estrada de chão. Tudo ia muito bem, o Germano havia tirado fotos de alguns animais e de uma figueira estranguladora em plena ação. Foi quando chegamos em um certo ponto da estrada onde é muito comum alguns carros atolarem e avistamos exatamente a Ipanema em uma situação lamentável.
Prontamente descemos do Bagual é procuramos uma maneira de tirar o carro do atolamento. O jeito foi amarrar uma corda nos dois veículos e puxar a Ipanema para fora do barro. Quando já estávamos quase comemorando observamos que ao livrar um carro atolamos o outro. E desatolar o Bagual seria muito mais difícil.
Enquanto tentávamos inutilmente soltar o pneu da D-20, a Ana Rosa e a Ana Lídia foram buscar ajuda para livrar o Bagual.
Depois de uma meia-hora elas voltaram com dois senhores do acampamento de assentados do INCRA. O Sr. Gelson e o Sr. Benedito, que com muita paciência e experiência nos ensinaram a fazer uma alavanca de troncos e calçar o pneu com pedras em baixo e depois em uma ação conjunta empurrarmos o carro para frente.
Após conseguirmos soltar o Bagual seguimos para as cachoeiras do rio dos Couros, que leva esse nome devido a um antigo curtume de couro de veado da região. Ao chegar no início da trilha de caminhada para o rio desabou a maior chuva e prejudicou a nossa intenção de tirar fotos do local. Decidimos abortar a missão e buscarmos uma alternativa para captar algumas imagens, escolhemos então a cachoeira de São Bento que se tem acesso pelo Portal da Chapada. Mais uma tentativa frustrada, pois no local fomos informados que a cachoeira estava muito chia e não era permitido o banho.
Havia chovido na cabeceira do rio e triplicado o volume de água que descia na cachoeira. Percebemos que o dia de hoje estava destinado para alguma outra atividade diferente da nossa rotina na expedição.
Já eram quase 16:00 quando fomos almoçar no Rancho do Waldomiro para saborear aquelas delícias tropeiras novamente. Quando começamos a comer começou a chegar outros clientes e aí foi à parte mais legal do dia. Pernambucanos, Brasilienses, Baianos e Gaúchos começaram uma integração que resultou em uma infinidade de piadas e histórias que descontraíam demais o ambiente.
Lembro de ter pensado como a cultura brasileira é tão rica e diversificada e talvez seja isso que nos dê uma identidade, muito mais que a nossa língua portuguesa.
Começamos a nos despedir já pensando em arrumar as malas, pois amanhã cedo rumamos para Cavalcante, onde outras peculiaridades da nossa cultura nos esperam. Mais uma peça desse grande quebra-cabeça.

Agora algumas considerações:
Alto Paraíso é uma cidade propícia para o ecoturismo, visto que sua população tem uma consciência ecológica muito desenvolvida, e a natureza local é exuberante, com centenas de atrações dentre cachoeiras, vales, serras e fazendas. Também é lugar de pessoas amigas e sinceras.
Um agradecimento especial para a Ana Rosa, que com a sua bondade nos possibilitou estar em Alto Paraíso, a Noraney por sua atenção e cuidado, e também a Ana Lídia, nossa guia, por sua paciência, profissionalismo e amizade. Viva a equipe da ECOROTAS.
Um muitíssimo obrigado ao João Luís proprietário da Pousada Camelot que nos abrigou com todo conforto e prestimosidade. Um abraço a todos os funcionários da pousada que nos ajudaram muito no dia a dia.
A equipe do Ecojonada agradece também ao Dr. Pedro e ao Luciano (IBAMA) pela força no Parque Nacional da Chapada dos Veadeiros;


Por Diego Beck


Dica do dia: Conhecer o Brasil e enxergar em cada brasileiro um pouco da nossa história e de nós mesmos.

Mais informações sobre os atrativos de Alto Paraíso: www.ecorotas.com.br
Pousada Camelot: www.pousadacamelot.com.br

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