Dia 4 - COB

Ontem foi primeiro dia que eu e o Germano não precisamos trabalhar no site até a meia-noite e ficamos bastante contentes porque conseguimos organizar melhor as coisas para poder dormir mais cedo. Essa rotina de atividades o dia inteiro e preparar o site à noite estavam nos matando.
Pela manhã a equipe se dividiu, André e Clara foram para o Abismo Anhumas e eu e o Germano fomos fazer mergulho autônomo no rio Formoso e até por isso podemos dormir mais uma hora. O que nos deixou mais contentes ainda.
Antes de irmos ao rio fomos a Dive Bonito para encontrar o pessoal que iria nos acompanhar e guiar no mergulho. Lá chegando tivemos uma ótima recepção por parte do Nascimento e do Allan.
Ficamos sabendo que iríamos mergulhar em dois pontos diferentes do rio, com uma profundidade de mais ou menos 6 metros, contra a correnteza e com a possibilidade de passarmos embaixo da cachoeira. Só isso já nos deixou eufóricos e começamos a nos equipar para a primeira descida.
Confesso que no primeiro momento fiquei um pouco nervoso e comentei com o Germano debaixo d’água e ele me sinalizou para me acalmar. A partir disso fui relaxando e comecei a curtir aquele lugar totalmente novo.
Formamos as duplas e seguimos pelo caminho até a cachoeira, em alguns pontos a força da correnteza era mais forte e foi necessária uma força a mais nas nadadeiras. Lá embaixo toda a nossa percepção muda, a audição e a visão ficam alteradas. A paisagem formada por trocos e pedras é fantástica e a companhia dos peixes e caranguejos é um complemento maravilhoso para esse cenário.
Mas o melhor ainda estava por vir, quando chegamos embaixo da cachoeira fui surpreendido com um das visões mais magníficas que eu já tive, milhares de bolhas de ar formadas pela força da queda d'água. Quando percebi estava totalmente cercado por elas e não enxergava absolutamente nada, a não ser as bolhas, era como se estivesse noutro planeta. Em realidade eu jamais poderia imaginar um lugar como aquele, a sensação é de ser “o escolhido” para aproveitar essa experiência inovadora. Talvez eu deva dizer que foi como um batismo, ou que eu tenha sido ungido, para nunca mais parar de mergulhar.
É tão difícil descrever o que se passou que só posso agradecer ao Nascimento, ao Allan e ao Germano por estarem lá comigo.
Depois desse privilégio, eu pensei que o meu dia já estava “ganho”, mas depois fomos para o Parque Ecológico Baía Bonita (Aquário Natural) para uma flutuação e um passeio pelo zoológico ecológico com animais da região. No início seguimos por uma trilha na mata até a nascente do rio Baía Bonita e ali eu fui entender porque o lugar é chamado de aquário. A transparência da água é inexplicável e podemos observar as mais variadas espécies de peixes: Piraputangas, Dourados, Curimbatás e outros transitam tranqüilamente entre nós.
A vegetação também impressiona pela tonalidade do verde e em dado momento flutuando bem próximo a um conjunto de plantas que se moviam como em um balé, soltei a imaginação e me enxerguei voando sobre as plantas e fazendo parte daquela dança.
Acho que a sensação que todos buscamos nessa vida é a de estar conectado com o meio ambiente como se fossemos um organismo único. E essa conexão me fez transcender a ponto de lembrar de todas as pessoas que amo.
Após a flutuação, passeamos pelo zoológico onde pudemos observar o Lobo Guará e a sua elegância, além da Anta, da Capivara, do Jacaré do Pantanal e outros animais do estado do Mato Grosso do Sul.
Hoje o dia me presenteou com duas grandes vivências que jamais esquecerei, e o dia de amanhã promete ser tão emocionante quanto o de hoje. Essa noite jantamos com o chefe do Parque Nacional da Serra da Bodoquena, o Dr. Adilho. Enquanto nos deliciávamos com uma traíra desossada definimos quais aspectos que iríamos abordar na visita guiada ao parque.
Agora vou deixar a palavra com a Clara e o André que foram agraciados com a estada no Abismo Anhumas e podem relatar melhor o atrativo.



Abismo Anhumas

Se há um lugar no mundo que os aventureiros não podem deixar de visitar é o maravilhoso e incomparável Abismo Anhumas. Adrenalina pura!!!!!!!
Garantia de emoção pela generosa natureza na contemplação das inusitadas formas e cores que os olhos podem ver e sentir. No meio da mata abre-se uma estreita fenda que leva ao interior de uma caverna com dimensões de um campo de futebol. Para descer fizemos um rapel vertical de 72m e chegamos a um lago cristalino com profundidade de 80m, de quebra, um mergulho autônomo ate 18m, onde encontramos uma ossada de Tamanduá Bandeira e formações rochosas.
Nesta aventura a prática de rapel, mergulho autônomo e flutuação possibilitam aos mais arrojados observarem a grandiosidade deste paraíso esculpido por gotas d'água em pedra de calcário que dão forma e asas a imaginação.
A experiência vivida no abismo nos faz agradecer cada momento de nossa existência. De lá só tiramos a vontade de voltar e a certeza que preservar nos torna digno de degustar os sabores da vida. Por outro lado, lá apenas deixei mais algumas gotas das lágrimas de minha gratidão ao ente maior.
Por fim, vai um abraço a equipe de profissionais altamente treinados do Abismo Anhumas (Rui, Marcio, Paulo, Dalvan, Maiko e as outras feras do abismo).
E um agradecimento especial ao instrutor de mergulho João e ao Juca da Ygarape Tour que nos propiciou a aventura sub-aquática. Se quiser mergulhar é só clicar: www.ygarape.com.br
Vá e fique abismado!!!!!!!!!!
Por André Larrêa.

Abismo Anhumas: aqui tudo é ao fundo, no máximo da emoção. O início da descida é quase claustrofóbico, entre rochas estreitas vamos descendo lentamente pendurados naquela corda essencial. Aos poucos o olho se acostuma à escuridão e aí esquecemos da superfície que vai ficado para trás. Sob os nossos pés, a quase 70 metros abaixo se estende uma gigantesca galeria, do tamanho de um estádio de futebol, em cujo interior está um vasto lago de águas tão cristalinas que se pode ver as incríveis formações rochosas que brotam de seu interior. Gigantescos cones formados pela aglomeração e decantação do calcário criando a impressão de que sobrevoávamos uma cidade com seus edifícios submersos.
A água, sempre em torno dos 18 graus centígrados, é uma atração à parte. Um mergulho neste lago cristalino oferece a possibilidade de um mergulhador com certificação de curso básico experimentar a emoção de um mergulho com a pouca luminosidade de uma caverna.Munidos de lanternas, quase desnecessárias graças à luz que entra e enche o ambiente com uma claridade mágica, descemos até 18m de profundidade para avistar a ossada de um desafortunado tamanduá bandeira que caiu através da fenda. O mergulho aqui é único pela água doce com visibilidade de até 30m, pode-se sentir flutuando entre estas magníficas formações e curiosos espeleotemas que nos inspiram a ver sentinelas, cortinas, dragões, jacarés e o que a sua imaginação lhe inspirar.
Por Clara Adams



Dicas do dia: Se você vier a Bonito não deixe de experimentar a Traíra Desossada do Barcuri. Logo na entrada da cidade no posto Bacuri.
Telefone: (67) 32551212




Mais informações sobre os atrativos de Bonito: www.atratur.com.br
Pousada Águas de Bonito: www.aguasdebonito.com.br

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