Dia 3 - COB

Mais um dia começou cedo e o nosso primeiro destino hoje foi a famosa Gruta do Lago Azul, o principal cartão postal da cidade. Para poder registrar imagens no interior da gruta com o tripé foi necessária uma autorização prévia da prefeitura de Bonito, pois existe todo um cuidado com a preservação das formações calcárias e do próprio lago.
A gruta foi formada pela infiltração da chuva no solo que em contato com um lençol freático fez aumentar a pressão da água provocando a formação da cavidade. Essa constante infiltração associada ao calcário do solo da região formou estruturas chamadas de espeleotemas que são as estalactites e estalagmites.
O lago Azul possui esse nome devido à transparência da água (a máxima possível em água doce) e ao excesso de magnésio, um mineral que iluminado pelo Sol revela um brilho azulado. A profundidade chega a aproximadamente 90m e a caverna está possui sua maior parte dentro do lago.
Um dos mistérios da gruta é o fato de existir no lago duas espécies de pequeninos moluscos semelhantes a camarões, porém cegos e albinos que se alimentam de guano (fezes de morcego) e que só são encontrados em cavernas africanas. Ainda não se sabe como houve essa migração.
Outra coisa impressionante são as estalactites escalonadas que seguem na direção da luz descendo do teto em diagonal. Em realidade essas estalactites estão em pontos mais úmidos do teto e contém fungos que buscam a claridade e carregam a água com resíduos de calcário junto.
Mas sem dúvida é a cor que mais chama a atenção, as muitas tonalidades de verde e azul nos fazem pensar que estamos em outro planeta, a fosforescência do lago é tão grande e bela que chega a hipnotizar e não conseguimos parar mais de olhar.
É nessa hora que começamos a refletir sobre o que estamos vendo, ao olhar para o teto da caverna e percebemos a perseverança da água que insiste em escorrer até o chão formando as estalactites e que alarga cada vez mais a gruta procurando o seu espaço. Todo esse movimento só vem a favorecer a vida, por onde passa a água deixa o seu rastro de fungos e pequenas plantas.
Essa característica revela que a natureza sempre dá um jeito, a força da vida está intimamente ligada à fluidez da água e ao seu curso ininterrupto.
Depois dessa experiência revigorante nos encaminhamos para a Estância Mimosa onde um almoço com pratos e doces regionais servidos no fogão à lenha nos aguardava. E só posso dizer que essa comidinha caseira estava fantástica.
A Estância Mimosa concilia a criação de gado com o ecoturismo e o turismo rural com ênfase nas belezas naturais e também na cultura sul-matogrossense e por isso preservou a antiga sede da fazenda no seu estilo original.
Oferece uma caminhada pela mata ciliar do Rio Mimoso que inclui banho em diversas cachoeiras e a possibilidade de encontrar diversas espécies de animais. A trilha não é tão longa (mais ou menos três quilômetros) e o contato com a fauna e a flora da região faz o tempo passar muito rápido. Ainda mais quando se tem um guia muito legal como o Darley.
Como o calor é muito forte nada melhor para se refrescar que um banho de rio, e o trajeto da trilha oferece muitas cachoeiras e diversos pontos de banho. Com destaque para a cachoeira do Salto e a do Sinhozinho.
A primeira possui uma plataforma de 6 metros para saltar em um poço natural bastante profundo que Germano acredita se tratar de um reflexo do movimento da vida. Às vezes estamos a uma certa distância de nosso objetivo e é necessário um movimento arriscado para alcançá-lo. É um movimento baseado na fé de que podemos estar em baixo ou no alto, mas devemos sempre seguir em frente, pois assim é a vida.
A do Sinhozinho com certeza é a mais bonita delas com vários pontos de “hidromassagem” natural que servem para relaxar os músculos cansados e tomar um último banho antes de para retornar a sede para um lanchinho caseiro.
Pela segunda vez no mesmo dia fomos agraciados com o espetáculo das águas que se revela de diversas formas. Na Gruta do Lago Azul foi a perseverança e a maneira como ela remodela as formas mais sólidas, na Estância Mimosa foi o abraço refrescante e a imagem dos desafios de nossas vidas.
Talvez devêssemos aprender mais com a água, quem sabe até nos tornarmos mais altruístas como ela é começando por mudar o nome do nosso planeta.




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